quinta-feira, 12 de abril de 2007

Pasmo

True story: estação dos CTT , 15h, praticamente deserta. Entra uma senhora atarefada com os sacos das compras e um envelopezito em números de equilibrismo nas mãos. Vê o balcão de atendimento vazio, o funcionário a olhar o nada sartreano. Aproxima-se, perguntando convicta:
"Não é preciso tirar senha, pois não?"
"Precisa, precisa", contrapõe o eficiente trabalhador.
A senhora, sem jeito, a equilibrar ainda mais desalmadamente sacos e envelope, vai à máquina vermelha, prime o botão e recolhe o importante papel. Sempre afoito, o funcionário acciona, então, o visor que indica a vez ao utente seguinte. A senhora olha, pasmada, o número vermelho e compara-o com o da sua senha:
"Sou eu?"
E o homem, sempre diligente:
"É sim."
E a senhora lá foi enviar a sua carta talvez para um país mais desenvolvido.

1 comentário:

Anónimo disse...

Que andavas a fazer nos correios a meio da tarde? Não se trabalha?