sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Parado... e de costas para o movimento

Escrever num espaço destes exige que tenhamos disponibilidade para nos despirmos. Há dias em que isso nos é agradável e há dias em que assim não é. Nesses dias vestimos mais roupa, escondemos melhor a pele e escrevemos sobre outras coisas.
Quanto mais o tempo passa por mim, menos graça acho ao facto de me passear nu aos olhos dos outros. Sinto-me feio demais para isso e não quero incomodar ninguém com a minha fealdade. Começo a não dizer nada àqueles que me dizem muito e esse é o primeiro sintoma da minha decrepitude.
Se já pensei em pedir ajuda? Já. Mas sou tão narcisista que não encontro ninguém com competência profissional para tal (para além de ter de ser de borla).
Tenho pouco para dizer e mesmo esse pouco não cabe num espaço como este.
Lembram-se da frase "Sou tão bom que até meto nojo"? Pois é... foi amputada. Agora só é válida a última metade.
A última coisa que quero é que pensem em comiseração, pena, análise. Não pensem, divirtam-se. Vão jantar, conversem sobre tudo e nada, abracem-se, não escondam a pele uns dos outros.
Eu por cá ficarei... ou não.

domingo, 26 de agosto de 2007

A sombra da sombra

Só sei que o tempo passa. Não sei por onde. Pelas ruas. Da amargura, parece-me. Os limões caem e a chuva apodrece. Ácida e acutilante. Cintilantes só as estrelas. De cinema. No escuro sem pestanejar choro sem saber a sal. Sem saber que já durmo. Acordo sem me lembrar de rir. Rio. Mar. Ondas. Mergulho no sono. Outra vez. Sonho de uma noite qualquer. Sózinha comigo. O ar penetra em mim em estado líquido. Evaporo e perco a sombra no sonho. A poça no chão é a sombra. Materializei e mergulho na sombra. Nado. Morto. Não estou só. Há uma sombra. De dúvida.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Simplesmente eu...

Apetece-me escrever sobre mim, enfim ás vezes dá-me para isto...
Pois cá vai...
Ás vezes também não sei muito bem o que sou, duvido da minha inteligência, das minhas atitudes se são ou não as mais correctas, do meu modo de ver a realidade (a minha realidade), tenho dias cinzentos muito cinzentos ás vezes quase pretos, e nesses dias eu sei que sou horrível, sei que existem poucas pessoas com paciência para me aturar, habitualmente digo que nem com manual de instruções alguém me conseguia entender.
Mas felizmente "o meu inverno" nunca dura muito, normalmente tento pintar os meus dias de azul e penso que sou uma pessoa ponderada, que sabe o que quer, que quando toma uma atitude ela é ponderada ás vezes até á exaustão, portanto o risco de falhar é menor, acho eu...
Sinto que tenho tanto para aprender, para melhorar, para me entender melhor, para evoluir e para não deixar nunca, nem ao de leve, que me tentem fazer sentir cidadão de 2ª...sinto que qualquer dia isto explodirá...sinto que qualquer dia posso olhar para trás e sentir o conforto de observar mais uma decisão acertada...oxalá os Deuses nunca me abandonem...
Fiquem bem...

A poesia de um olhar

Olhar para lá da realidade numa correria desenfreada entre o limite do que é a realidade e do que é o sonho.
Que conseguimos nós ver? O que estamos a ver? Vemos o físico ou vemos o pensamento preconcebido do que estamos a ver? Será que não vemos apenas aquilo que queremos ver nos outros? Projectamos sonhos e fantasias nos outros e vemos isso!
Nós criamos ideias e pensamentos, mas eles serão a realidade? Quem não me conhece, como imaginará que eu sou? E será que depois de vermos uma pessoa, não estamos ainda com ideia preconcebidas?
Quando nos apaixonamos será que não estamos a projectar nos outros aquilo que idealizámos em sonhos? E depois o que acontece quando há o desencontro entre a princesa de sonho e a mulher de realidade?
O que é afinal a realidade do que é uma determinada pessoa e aquilo que nós queremos que ela seja?

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Evoluir...

Evoluir como ser humano através do sofrimento e evoluir como ser humano sem sofrimento.
É uma frase que levanta uma questão fundamental: qual é o factor necessário ao ser humano para poder evoluir? Será mesmo necessário sofrer para termos a mola necessária a esse desenvolvimento?
Todos sabem que a grande maioria das pessoas que têm um acidente ou algo assim de muito grave nas suas vidas e que implique um grande sofrimento, são pessoas que, em muitos casos, modificam as suas vidas duma forma radical, quer em termos de atitude perante a vida, quer em termos de objectivos de vida. Evoluem como seres humanos, tornam-se melhores seres humanos...
De repente apercebem-se que até aí a vida não tinha muito sentido, que existia um enorme vazio. E tornam-se mais tolerantes, mais benevolentes, mais generosos, mais bondosos...No fundo apercebem-se de que a sua felicidade passa e muito pela felicidade dos outros.
Houve um factor mobilis e essas pessoas acordaram para a vida através dum aumento de sensibilidade para eles próprios e para os outros .
A questão é:
Porque não acordar, porque não evoluirmos como seres humanos, sem necessidade desse factor mobilis chamado sofrimento? Não será muito mais positivo? Não será até mais gratificante? E não será mesmo a evolução como seres humanos o objectivo da vida?

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Solidão

Solidão nao é falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo...isso é carencia...
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... isso é saudade.
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, ás vezes, para realinhar os pensamentos... isso é equilibrio.
Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida... isso é um principio da natureza.
Solidão não é vazio de gente ao nosso lado... isso é circunstância.
Solidão é muito mais do que isto.


Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa Alma.
(Autor desconhecido)

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Ideias, gostos e convicções...

Procuro ser eu, ser melhor, procuro encontrar-me no meio desta selva... A ideia de estar contente com o que temos não me faz feliz... A ideia de viver sem objectivos, parece-me um inferno. Acima de tudo quere crescer, aprender, evoluir... Quero viver... Adoro pensar em situações inóquas e sem qualquer sentido prático a não ser o prazer de fazerem sentido na minha cabeça... Quero acordar todos os dias, feliz por estar a fazer algo que adoro, aprender, compreender... Adoro sentir a sensação de compreender pela primeira vez, um conceito, uma pessoa, uma ideia, um sonho. Gosto de juntar as peças do puzzle que é esta nossa vida e aproveitar todos os bocadinhos desta fantástica viagem....Detesto errar...mas é fundamental para aprender...Detesto dogmas, pessoas que nao vêm para alêm da ponta do seu nariz...Detesto a ignorância de uma guerra...Não gosto de hipocrisias, pessoas sem sentido moral e com ideias pequenas....Gosto de olhar para trás e aprender com toda a história da humanidade...Gosto dos meus amigos...Gosto da minha familia...Detesto favas e repolho...Adoro os olhos das pessoas e aquilo que eles nos podem dizer....

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Coisas simples que nos dizem muito

Estou assustado.....pela 1º vez desde que está cá em casa, a minha Yasmin não está bem. Algo se passa numa patita.
Tenho dias que não a vejo, entretida anda na varanda ao sol...mas recordo agora que já passaram 4 anos desde que veio comigo de África. Lembro-me de vir escondida na viagem, o tremor de passar pela polícia no corredor "Nada a declarar" do aeroporto.
Adaptou-se bem.....longos meses de hibernação, para depois no quente do ano não parar quieta...
Vou agora procurar um veterinário...
Eu sei lá agora que tipo de veterinário trata um animal daqueles...ai a minha sorte.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Contradições.....

Isto de se ir de um extremo ao outro é cansativo....mas também divertido.
Tanto se está no fundo, como parece que voamos....sim, existe um factor de equilíbrio, o qual por mim nunca foi descoberto.
Pensando bem, talvez seja melhor assim que andar sempre na mesma linha...um gráfico com uma linha sempre na mesma, é monótono...agora com altos e baixos chama mais a atenção...ou como a máquina a que um doente no hospital está ligado...a morte resumida numa linha contínua...a vida com picos e saltos da mesma.
É isso, altos e baixos.....aproveitar bem os altos....quando os baixos vierem que se lixe....arcaremos com eles...detesto pessoas que não aproveitam os altos, com medo dos baixos que se poderão seguir...
Sinto que estou a subir, até á próxima queda.....sei também que lá em cima, é tudo mais simples...então aproveite-se, porque as complicações somos nós que as críamos consciente ou inconscientemente.
Vou aproveitar...agora que os fantasmas foram de férias....