sábado, 28 de abril de 2007

O que é bom, acaba depressa...

E prontos...estão a acabar as férias.
Parece que foi ontem que me vi com duas semanas e meia de férias pela frente e agora faltam míseros 3 dias para começar novamente o lufa-lufa.
Lá vem o despertador de manhã, a escolha da gravata para a camisa, o sono a meio da manhã, o stress do dia a dia...
O começo será diferente dos últimos anos...a ansiedade aumenta, os cenários imaginam-se....mas só na prática sentirei as coisas de maneira bem forte.
Sinto-me satisfeito...pela mudança, mas ainda mais pelo facto de ter aproveitado muito bem este tempo de descanso.
Eu resmungo, mas é bom sentimo-nos vivos e com saúde para novas aventuras e desgastes.

O que é de facto significativo?

O filho que muitas vezes não limpa o quarto e está a ver televisão, significa que está em casa.
A desordem que tenho que limpar depois de uma festa , significa que estivemos rodeados de familiares e amigos.
As roupas que me estão apertadas, significa que tenho mais do que o suficiente para comer.
O trabalho que tenho a limpar a casa, significa que a tenho.
As queixas que escuto acerca do governo, significa que tenho liberdade de expressão.
Não encontro estacionamento, significa que tenho carro.
Os gritos das crianças, significa que posso ouvir.
O cansaço no final do dia, significa que posso trabalhar.
O despertador que me acorda todas as manhãs, significa que estou vivo.
Finalmente pela quantidade de mensagens que recebo, significa que tenho amigos a pensar em mim.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Porque não uma ASAE para as mulheres???

Existem grande semelhanças entre comer uma sandes de courato ou uma mulher desconhecida, daquelas que conhecemos numa noite e saltamos para a cueca, passado uma hora ou duas de conversa.
A sandes de courato é-nos servida por um gajo ou uma gaja enfiado numa roulote, do qual não fazemos ideia a última vez que lavou as mãos e até presumimos que depois da última lavagem já coçou duas ou três vezes os tomates ou as virilhas e tirou dois ou tês macacos do nariz e meteu na boca. No entanto assim que nos chega aquele cheiro a gordura frita, perdemos a cabeça, fechamos os olhos e abrimos a boca, para de seguida iniciarmos a ginástica facial dos maxilares.
Com uma mulher desconhecida é exactamente o mesmo. Ela até pode ter bom aspecto, cheirar bem, ter as unhas limpas e arranjadas num qualquer corredor de um centro comercial, ainda assim um gajo não sabe o que lhe espera. Usar a camisa é fundamental, mas não é a mesma coisa, por muito que digam o contrário. Sendo assim faz falta uma espécie de ASAE das mulheres. Uma entidade que seja capaz de separar o trigo do joio, que nos dê garantias de quando estamos com uma mulher, não vamos apanhar uma palete de doenças ruins. É preciso apreender e confiscar uma data de mulheres que andam aí feitas parolas pelos bares da noite, sem serem profissionais do ramo? Assim seja. Um gajo não pode é ser confrontado com surpresas. Um gajo quando come uma mulher não pode ser como quem vai ao restaurante chinês em que a comida já perdeu a validade há pelo menos seis meses. E porquê? Porque uma refeição um gajo repete as vezes que quiser, quando quiser e onde quiser. Uma berlaitada já não. Não há duas berlaitadas iguais e aquelas que se perdem nunca mais voltam.Ora se existe a ASAE para evitar que um gajo coma merdas que não prestam, é preciso haver também uma ASAE que nos diga exactamente as mulheres desconhecidas que podemos comer e as que não se encontram em condições de serem consumidas.
Será pedir muito?

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Regresso

Pronto...acabou hoje a minha aventura por África.
De regresso a casa, sinto-me como um pássaro que regressa ao ninho...sinto-me bem quando conheço algo diferente, mas é tão bom estar no nosso canto.
Serão poucos dias no ninho, porque ainda me espera uma nova viagem antes de começar no novo emprego. Espero divertir-me e aproveitar tanto como nesta...
E sinceramente, não se queixem...nós Portugueses, somos uns priveligiados com a vida que temos...não olhemos só para o nosso umbigo, vejamos também o que há lá fora...

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Aprendi agora nas ferias...

Os franceses não dizem "faire plage". Os ingleses não dizem "make beach". Mas os portugueses gostam de "fazer praia". "Fazem praia" aqui, ali; "ainda não fizeram praia esta ano", "já fizeram praia", "adoram fazer praia". Ao contrário do resto do mundo, que vai à praia e por lá se deixa ficar estendido ao sol na mais absoluta inércia, os portugueses fazem praia. E esta é uma das mais maravilhosas formas que conheço de se ficar bem com a sua consciência.
Como se o ócio fosse um ofício ou, pelo menos, uma prática desportiva.
Entretanto, vou ali fazer um sono.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Africa

Isto de estar aqui em Africa na internet é novidade.
O teclado arabe, com acentos esquisitos pa morrer.
Tudo muito bom, bom clima, excelentes pessoas.
Adoro isto, mas Portugal é Portugal.
Os erros sao do teclado.
Bye

domingo, 15 de abril de 2007

Humpf

Hoje foi um daqueles dias que não gosto nada.
1º Fazer as malas
Isto de não saber como está o tempo nos outros países (excepto pela internet), leva a que não se saiba que roupa levar. Depois de escolhida, vejo que tenho roupa a mais...toca de fazer escolhas.
De seguida arrumar tudo no trolley...ai que parece que ele encolheu. Finalmente, está tudo arrumado...mas....falta mais aquilo e aquilo. Ó vida a minha !!!
2º Arrumar a casa
As limpezas e arrumações não deviam existir. Aqui em casa não concordam em contratar uma mulher a dias...e depois sobra para mim também.
O positivo disto tudo, é que amanhã estou no aeroporto, pronto a apanhar o avião e gozar uma semana de férias ao sol...eu mereço.
Voltarei aqui mais bronzeado...Até já.

sexta-feira, 13 de abril de 2007

The End !

Sinto-me como um médico que desliga a máquina a um paciente.
Desligo agora o PC que me acompanhou nestes últimos 5 anos.
Acabou.

Que escolher???

Estou atrapalhado e confuso.
Ando em processo de troca de carro....mas quantos mais vejo, mais confuso fico.
Ficam aqui, os 4 eleitos....destes escolherei um.


Alfa Romeu 147

Peugeot 307


Opel Astra



Wolkswagen Golf

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Pasmo

True story: estação dos CTT , 15h, praticamente deserta. Entra uma senhora atarefada com os sacos das compras e um envelopezito em números de equilibrismo nas mãos. Vê o balcão de atendimento vazio, o funcionário a olhar o nada sartreano. Aproxima-se, perguntando convicta:
"Não é preciso tirar senha, pois não?"
"Precisa, precisa", contrapõe o eficiente trabalhador.
A senhora, sem jeito, a equilibrar ainda mais desalmadamente sacos e envelope, vai à máquina vermelha, prime o botão e recolhe o importante papel. Sempre afoito, o funcionário acciona, então, o visor que indica a vez ao utente seguinte. A senhora olha, pasmada, o número vermelho e compara-o com o da sua senha:
"Sou eu?"
E o homem, sempre diligente:
"É sim."
E a senhora lá foi enviar a sua carta talvez para um país mais desenvolvido.

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Coisas

Ele não sabe se Deus existe. Mas, tinha no bolso as moedas exactas para tirar o bilhete de comboio na máquina. E, se não as tivesse, teria de voltar atrás e levantar dinheiro. E perderia aquele comboio. E só partiria vinte minutos mais tarde. E chegaria quinze minutos depois dela ter saído. E nunca teriam falado. E nunca teriam trocado números de telefone. E nunca iriam jantar. E ele não voltaria a ter esta vontade de correr. Ou talvez sim, noutro tempo qualquer. Em todo o caso, é Deus suficiente para ele. O troco certo para tirar o bilhete na máquina. E que não lhe pede para rezar.

terça-feira, 10 de abril de 2007

Atitudes

Tem quem diga que só damos valor ás coisas quando as perdemos...
Passo por uma fase, em que todos são muito mais atenciosos que o normal. Desde que sabem que me vão ver pelas costas, é só ternura e amizade.
Detesto este cinismo todo...apetece-me responder torto e feio.
Todos já passamos por fases, em que o que perdemos, nos faz sentir uma vazio enorme. Agora esta situação não me agrada nada. Porque será que o ser humano é assim? Porque será que não damos valor ao que temos, quando o temos?
Admito que tenho poucas coisas a que dou valor...mas felizmente, cada vez mais essa ausência de valor está presente na minha vida.
Agrada-me conseguir por modo natural, seleccionar quem merece e não merece...sinal de amadurecimento?!
Não sei...o que sei é que com estes exemplos, cada vez mais, gosto de ser como sou.

sábado, 7 de abril de 2007

Angústia

Porque será que quando podemos ter as coisas, existe aquela angústia de saber se vale a pena tê-las?
Sempre nos queixamos quando não estão ao alcance certas coisas...quando isso, felizmente, já não acontece e temos poder,sabedoria e talento para as ter, afinal já não são assim tão importantes.
Gostava de ter sido uma criança em que um brinquedo mantivesse o seu interesse para sempre...gostava que em adulto, fosse sabedor para não estar sempre insatisfeito.
Que faço, quando vejo que a vida me sorri, mas nunca estou satisfeito?
Que faço, quando vejo que por defeitos meus já bem identificados, não sei viver uma vida normal como o comum dos mortais?

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Que raiva

Ó pá...
Tou chateado.
Este pc que aqui tenho, parece as mulheres...complica tudo.
Se isto está tudo bem configurado, porque é que continua a não me deixar piratear como eu gosto??? Será que se mudou para o lado da ASAE???
Eu aqui com as minhas brincadeiras e ele teimoso a não querer entrar na brincadeira.
Já disse que não compro nada original...estou contra artistas que ganham direitos de autor sobre coisas que fizeram á 30 anos atrás.
Ah...e não vale a pena virem fazer uma busca cá a casa, porque isto é só para uso doméstico...não se preocupem...

terça-feira, 3 de abril de 2007

Impaciência

Cada vez está a ser mais dificil gerir esta situação.
Ou são as férias que não chegam, ou é a ansiedade e a expectativa que aumenta...mas não, é mesmo saber que faço as coisas a prazo.
Rapaz, tu tem calma e não estragues tudo agora no fim. Tens que continuar a mostrar a eles o que vales...a última imagem é a que fica...respira fundo, faz um sorriso e alegra-te...a vida sorri-te.
Apetece-me gritar...ai como me apetece gritar.

Clock clock, clock clock

O tempo vai passando e com isso mais perto fica o dia em que uma parte significativa dos meus últimos 5 anos ficará para trás.
Á medida que os/as colegas da empresa vão sabendo da minha decisão de mudar, mais me convenço que tomei a opção certa...seja pela surpresa, o que indicia que já me viam como parte da mobilía, á qual não desejo fazer parte,talvez porque não tenho jeito para mono...seja pela cara de desilusão, resultado que a maior parte deles também queria mudar, faltando-lhes a coragem ou então sobrando em comodismo...seja pelas opiniões positivas, sinal que o meu trabalho é reconhecido e que decerto não terei dificuldades em adaptar-me a outras situações.
Fiz e quero manter os amigos que tenho ali dentro...vou lutar contra mim, porque sou de ciclos e sei que o meu inconsciente tem tendência para essas coisas.
Vou partir com a sensação de dever cumprido, amargurado talvez pela falta de reconhecimento que deveria ter tido, mas numa empresa grande, isso acontece a todos, excepto aos lambe botas...
Faltam duas semanas e quero viver ao máximo estes ultimos dias, porque eu mereço depois de tanto que fiz nestes 5 anos.
Partirei com a cabeça levantada, tal como todos os dias que saía dali...sabendo também que terei a porta aberta se alguma coisa correr mal...fico orgulhoso por isso.

This is the end,
Beautiful friend
This is the end,
My only friend,
the end
It hurts to set you free
But you'll never follow me
The end of laughter and soft lies
The end of nights we tried to die
This is the end

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Uma curta, muito curta teoria sobre as mulheres

Aos 20 estão sempre à espera de conseguir uma outra coisa e encaram com interesse as mudanças; aos 30 não querem perder o que já têm. Ou seja, aos 20 são demasiado revolucionárias; aos 30 demasiado conservadoras.

Almoço de família

Ontem, devido a um aniversário, estive presente num almoço de família...é assim, eu até gosto muito das pessoas, mas não consigo suportar aquelas conversas de sempre e já tão gastas.
Pensava eu, que com o avançar da idade, fosse ficando mais paciente e também mais resignado a ter que ter aquelas conversas....pelo contrário, cada vez tenho menos paciência.
Sei que não sou um modelo de atençoes, que me perdoem as pessoas do meu sangue pela falta de carinho que muitas vezes lhes dou....fiquem sabendo que nunca irei conseguir retribuir na mesma proporção, tudo o que vocês me dão...tenho pena, mas já me conhecem e é claro que gosto muito de vocês, embora não o demonstrando.
Já estão habituados a que saia logo a seguir, porque não tenho jeito para fazer sala...alguma desculpa tenho sempre, e vejo que não ficam chateados comigo...Obrigado.
Uma coisa vos digo...... sou um privilegiado pela familia que tenho... e sim, gosto muito deles.

domingo, 1 de abril de 2007

Amizades parciais

Os amigos dos nossos amigos integram uma estranha categoria. Não são nossos amigos, mesmo por inerência, mas também não são simples conhecidos, daqueles que vemos na rua e cumprimentamos por polidez. Os amigos dos nossos amigos deviam ser em teoria também nossos amigos. Por extensão, por arrastamento, pela natureza das coisas. Mas não é assim. Se muitas vezes os amigos dos nossos amigos não se tornam nossos amigos é porque a amizade não é uma convenção entre semelhantes (contra o que dizia Aristóteles) e porque aquilo que nós vemos nos nossos amigos é só uma parte ampliada do que eles são. Com algumas (poucas) excepções, a amizade é uma escolha selectiva porque escolhemos os nossos amigos em detrimento das outras pessoas, mas também, coisa irónica, porque os escolhemos contra eles próprios.

Mitos

Há dois mitos sobre a amizade masculina que nunca compreendi. O primeiro é o das amizades especializadas ou selectivas. Homens que se tornam amigos de outros homens com um propósito escolhido, como experimentar a natação sincronizada, gostar da música de Cat Stevens ou debater a revolução russa. De acordo com este mito, não pode haver transgressões na amizade masculina. Os amigos são apenas para certas alturas, no sentido em que são para umas e não para outras. Os amigos do squash ou de qualquer passatempo domingueiro não são os que encontramos nos congressos sobre poesia francesa. A única forma de garantir a permanência dos amigos, a sobrevivência das amizades é que evitar que elas se misturem através dessa espécie de arrumação pessoal, de arquivismo humano. O amigo selectivo é um arquivista. Não tem amigos mas ficheiros. A sua vida é meditada e planeada como uma arrumação de ficheiros. Há um segundo mito também errado sobre a amizade entre homens. Já aqui disse isto: a amizade não pode ser uma relação entre iguais. A amizade só pode ser uma experiência desequilibrada e anti-igualitária. Para não fracassar é preciso que duas pessoas aceitem o seu lugar na hierarquia. Um tem de ser mais inteligente do que o outro. Um mais bonito do que o outro. Um mais rico do que o outro. Um mais capaz do que o outro.

Diálogos

- No fim de contas, sentido único nas nossas vidas.
- Digamos uma eterna interrupção.
- Como viver então com o tempo?
- Não vivas.
- Espreitar apenas?
- Espreitar apenas.
- E quem é que assegura a minha integridade?
- Só posso mesmo falar de mim.
- És mais forte do que eu.
- Tu ao menos sabes o que queres.
- Consegues imaginar-me de costas voltadas para os sentimentos?
- Imagino-te de muitas maneiras. Não posso é vê-las.