sábado, 31 de março de 2007

Mudar...

Sinto-me bem....
Decidi e está programado que no próximo mês irei mudar umas coisas na minha vida...a 1ª e mais relevante, será a mudança de emprego. Foi um processo moroso, enervante e muito fatigante. Mas o barco chegou a bom porto.
Faltam-me poucas semanas para abandonar o corrente posto de trabalho e aventurar-me noutra situação. Estou espectante e cheio de vontade...ali terei ovos para fazer grandes omeletas.
É claro que nos entretantos, tirarei uns dias de férias...tenho saudades da praia e do sol...
África espera-me...

Amigo

Compreendo as razões porque voltas para perto dos teus, valorizo-te quando te sacrificaste ao te ausentares da família, atrás de um amor incandescente.
Nem sempre o que parece é...as relações tem príncipio e muitas fim...decidiste que o melhor que fazias era pôr um fim.
Como sabes, sempre te apoiei, qualquer que fosse a decisão...tentei não tomar partido, porque ela também é minha amiga.
Aconselhei-te o melhor que sabia, e dentro das minhas possibilidades.
Invejo a teu maneira de ser, a tua coragem e o teu bom coração...como te disse várias vezes, és boa pessoa demais.
Nestes 3 meses em que privei contigo mais de perto, fica um sensação de preenchimento...tu sim, és um AMIGO.

"Pitróil"

Há 4 dias que andava com o carro na reserva. Só quando olhava para a luzinha é que me lembrava de ir abastecer mas como ia a caminho de algum lado, nunca tinha tempo. Hoje, ao sair dos Correios, o carro não pegou à primeira e o meu coraçãozito ficou apertado... ai ai... cadê a Bomba de Gasolina mais próxima??! Acho que fiz a viagem só a vapores de gasóleo porque consegui despejar 42 euros de gasóleo para dentro do depósito. Estava mesmo com sede!!!

sexta-feira, 30 de março de 2007

Picadelas

Isto de um homem se entregar nas mãos de uma mulher tem muito que se lhe diga.
Hoje aconteceu isso e os resultados finais foram braços picados pela falta de jeito da preponente. Estou aqui cheio de pensos, ainda estupefacto com a irresponsabilidade de certas pessoas. A culpa não é dela, mas de quem a contratou para realizar aquele trabalho.
Não gosto de análises clinicas, não com medo da agulha, mas sim por aquela falta de jeito que tenho quando transporto comigo aquele recipiente com os meus líquidos lá dentro…eu e as minhas vergonhas.
O bom disto tudo é que são coisas de rotina, não de alguma doença súbita…haja saúde.

Tourada

Há dias vi uma espécie de jogo na televisão, que consistia em espetar ferros em animais, mais particularmente em touros. Os comentadores falavam daquilo como estivessem a assistir a uma obra de arte. Parecia até que estavam com mais ponta que o Manuel Luís Goucha quando leva uma "boys band" ao seu programa na TVI.
Infelizmente não atingi a beleza da coisa nem o seu significado. Deve ser porque sou um gajo impressionável e tenho a mania que espetar ferros até o touro sangrar da boca deve doer.
A tortura de animais é absolutamente injustificável salvo se for aplicada ao Alberto João.
Depois de uma tipa, montada a cavalo, ter "lidado" o animal, sempre sob aplausos de um público distinto, selecto e intelectualmente evoluído de onde se destacava a Cinha Jardim, houve uns gajos que o tentaram pegar. O bacano que estava à frente foi comer pó umas quantas vezes antes que conseguissem pegar no touro e ainda se sujou com o sangue no dorso do bicho. Uma chatice, pá. Depois, o rabejador, que deve ser o gajo que apanha o sabonete lá do grupo, agarrou-se à cauda do animal.
Gostava de ver este pessoal a lidar com touros em pontas. Devia haver mais sangue que no Kill Bill.
No final, entrevistaram a loiraça que andou de cavalo a espetar umas cenas no touro. Disse que o touro era difícil. Deve ser por isso que lhe espetou os ferros. Era gira. Não me importava nada de vingar pessoalmente o touro. Olho por olho, dente por dente. O que, no caso dela, implicava ter de lhe espetar o ferro. Olé!

Ciclos

Com as amizades nunca compliquei. Tenho amizades de ciclo longo e amizades de ciclo curto. Não demoro muito tempo a perceber se uma amizade recente é de ciclo longo ou de ciclo curto. O período experimental serve para isso mesmo. As amizades de ciclo curto não morrem pela empatia (ou falta dela) mas pelo desinteresse e pelo engano. Nós passamos a vida a enganar-nos. Nos empregos, nos casamentos, nas famílias, nas decisões: porque é não nos enganaríamos nos amigos? Com as amizades de ciclo longo não é assim. Também há enganos e ilusões nas amizades de ciclo longo, mas eles não nos apanham completamente desprevenidos e não pensamos neles como insuportáveis. Como se já estivéssemos à espera desses enganos, como se a imperfeição dos nossos amigos fosse correspondida com a nossa imperfeição. As amizades de ciclo longo conseguem sobreviver ao tempo e à banalidade porque nascem da aceitação de imperfeições comuns. Nunca acabei uma amizade de ciclo longo. Nunca vacilei na aceitação da minha própria imperfeição.

quinta-feira, 29 de março de 2007

Relógio

Não sou adepto de relógios...talvez porque em pequeno, eles não duravam muito. Sentia-me bem sem esse acessório no pulso, mas agora, desde que me ofereceram um, não quero outra coisa.
Obrigado miúda, pelo bom gosto que tiveste...o relógio é lindo e cada vez gosto mais dele.

quarta-feira, 28 de março de 2007

Floribella

A "Floribella" irrita-me. Irritam-me as personagens, irrita-me a cor de cabelo e de barba do actor principal, irrita-me o beicinho da actriz, irritam-me as músicas.
Mas o pior de tudo são os personagens, tão fofinhos que eles são, por tudo e por nada a dar a mão e a aproximarem-se um do outro. De cada vez que vejo a "Floribella", estou sempre a ver quando é que aquilo descamba para a pornografia barata e para a vil utilização do sexo como modo de subir as audiências.
Mas, infelizmente, ainda não tive essa sorte. O que é o que me irrita mais. Senão vejamos:
Volta e meia lá estão Frederico e Flor, em câmara lenta, a tocarem-se nas mãos (como num filme pornográfico), a roçarem os cabelos (como num filme pornográfico) e quase a beijarem-se (como num filme pornográfico) até que entra alguém na sala. Ora isto, que deveria ser motivo para iniciarem de imediato o ménage à trois, parece inibir os personagens, que dão a nítida sensação que, não fosse a inoportuna entrada de um terceiro personagem em cena, iriam dar início a um esfarrapanço sem precedentes na história da televisão em canal aberto em Portugal.
Eu, pelo menos, fico sempre com essa sensação. É que depois a história perde a sequência. Em vez de aproveitarem a entrada do intruso para embalar numa valente orgia, ficam ali a olhar um para o outro com olhos de carneiro mal-morto. E depois os filmes pornográficos é que são chatos e não saem da cepa torta e mais não sei o quê.
Só sei que um gajo vê 5 minutos de novela e fica ali a pensar que se perdeu uma bela oportunidade de descarrilar o combóio à grande. Se tal coisa acontecesse, além de tornar a história mais suportável, só dignificaria a novela, digo-vos eu.

Falta de coragem

Eu tenho alguma curiosidade em saber porque não há no governo um gajo com uns tomates bem grandes que mande os campistas da Caparica e do Clube de Campismo de Lisboa todos para o cacete.
Em boa verdade também tenho alguma curiosidade em saber porque não há no governo alguém com uns tomates bem grandes que diga: nem mais um tostão atirado ao Oceano Atlântico. É que a história da Caparica é das coisas mais surrealistas que já vi acontecer.
Meia dúzia de tontos pindéricos que gostam de viver metidos em barracas e caravanas, a mandar cá para fora postas de pescada a pretexto de um capricho privado que é estarem instalados às portas da praia, ainda mais numa costa oceânica que como é sabido, até a Euribor sabe, tem um mar impiedoso que quando quer destruir não há quem o agarre.
E andam os tipos do INAG e mais não sei quem a jogar euros às tonelada para as ondas a ver se as convencem de parar de fustigar a costa e consequentemente um parque de campismo mal implantado.
Isto só faz sentido num país dos matraquilhos como o nosso.

terça-feira, 27 de março de 2007

Petição contra o Museu Salazar: uma ridícula bimbalhice

Recebi por e-mail, como provavelmente dezenas de milhar de portugueses, um texto indescritível sobre uma tal de petição contra um tal de Museu Salazar, ou até mesmo do Estado Novo.
É indescritível no palavreado e sobretudo na interpretação da lei fundamental, confundido o que é matéria histórica com pleno direito a ser como tal considerada, e acessível sob a forma de museu é inclusivé de aplaudir. É para mim uma sopina bimbalhice que cidadãos portugueses vivendo no século XXI venham tentar impedir a construção de um museu desta natureza, invocando para isso a democracia e o seu “acto fundador do 25 de Abril”. Abril serviu precisamente o propósito contrário: dar-nos a liberdade.
Não só nada tenho contra um museu Salazar como acho que a figura o merece. A memória é preciosa e conservarmos a memória da ditadura é das melhores vacinas que podemos auto-inocular.
Disponibilizo-me desde já para assinar uma petição contrária, favorável a um museu digno que explique às novas gerações a figura pequenina de António Salazar e o atraso económico, social e político a que condenou não um mas quatro ou cinco países graças à miopia política do “estadista” mais cobardolas que o século XX viu na Europa.
Penso, até, que o museu se perderá em Santa Comba Dão. Será bom para o “turismo” na região, sem dúvida, da mesma forma que o museu de cera é uma das Grandes Atracções da zona de Fátima. O fascismo não foi propriamente uma fase ridícula da nossa história, para ter um museu visitado pela malta do garrafão e condenado pela malta da sande de courato e da “petição na Internet”.

segunda-feira, 26 de março de 2007

Mentiroso

Quando um mentiroso diz "Sou mentiroso" será que está a mentir?
Ora vejamos, um mentiroso é aquele que mente, ou seja, o que diz não corresponde à verdade, logo se um mentiroso afirmar que mente disse a verdade, se disse a verdade é verdadeiro, se é verdadeiro não é mentiroso, se não é mentiroso porque disse que o é?
Isso é uma mentira, logo se mentiu é mentiroso! Mas, se por outro lado, ele sendo mentiroso, ao dizer que é mentiroso, supostamente, mentiu, então é porque não é mentiroso, se não é mentiroso é verdadeiro, se é verdadeiro porque disse que é mentiroso?
Seria uma mentira, se é mentira, é mentiroso!
Dá que pensar não?

domingo, 25 de março de 2007

Gostos

Se perguntar-mos aleatóriamente a cem homens, aquilo que gostam mais numa mulher, invariávelmente as respostas serão as seguintes:
- 47% dirá: eu gosto de mamas grandes, e rabo jeitoso.
- 51% dirá: eu gosto de ancas largas e coxas grossinhas.
- 0,1% dirá: não responde, não tem opinião. ( O mais certo é ir acompanhado pela mulher que inferniza o desespero a que ele chama vida.)
- 0,1% dirá que não gosta de mulheres nenhumas. ( Acabas de apanhar o paneleiro da freguesia).
A minha questão aqui, é precisamente esta:
- Não há no planeta um único homem, que diga gostar de sobrancelhas fininhas. Assim sendo, porque diabo se dão as mulheres ao trabalho de arrancar pelo por pelo, sobrancelhas, para as quais nós homens não vamos olhar nunca???
Na minha modesta opinião de quem não entende o género feminino, embora o aprecie, estas meninas, só podem pertencer ao " Clube da Pinça ". São seres ignóbeis, que preferem a pinça à Piç...
Se pertencessem ao " Clube da Piç.., eu teria por elas um pouco mais de respeito. Já agora e em termos de conclusão é na minha opinião a Piç..., um fetiche mais atractivo que a pinça. De qualquer modo, e como variação a este assunto, deixem-me perguntar-lhes...
- Vocês já viram daqueles cromos de meia idade, que estão a ficar carecas, mas que deixam crescer rabo-de-cavalo? E já repararam, que quanto mais careca em cima, mais comprido é o rabo-de-cavalo? Pois bem, tenho mais novidades para vós.
As senhoras do " Clube da Pinça ", tem uma mania parecida... é que quanto mais fina é a sobrancelha, por norma mais espessa é a cabeleira que fica 4 palmos abaixo da testa.
Eu, e sempre na minha modesta opinião, gostaria mais do inverso. Não me importaria com um sobrolho um pouco mais espesso... e um arbusto um pouco mais " podado ".
Pensem nisso... digam qualquer coisa.

sábado, 24 de março de 2007

As virtudes do Recibo Verde

Não há muito tempo, era um distintivo de classe, usado por advogados, médicos e outros profissionais de consultório montado. Com o avanço da fiscalidade das pessoas singulares e o relaxado controlo sobre as sociedades, os médicos continuaram nos mesmos consultórios, mas passam recibos de entidades que os doentes nem conhecem.
Os raros advogados que ainda não se converteram às sociedades são uma espécie em vias de extinção.Apesar destes contratempos, e embora as profissões liberais sejam mais ou menos as mesmas, o recibo verde sobreviveu e massificou-se. Nada mais democrático do que alargar a toda a população as vantagens de um meio até aí restrito a uma elite encanudada, terão pensado os fiscalistas.
Hoje ele é a expressão do desenrasca, o passepartout, tão característico dos portugueses. Se uma empresa precisa de uma telefonista, nada mais prático do que contratar a recibo verde uma profissional, “liberal, autónoma e independente”, para atender o telefone por conta própria no escritório da empresa das 9 às 5, ou até mais tarde, se os caprichos do patrão, a flexibilidade, o mercado, ou a desorganização assim o exigirem.
Simples prestação de serviço, e não há chatices com a Segurança Social. É o liberalismo à portuguesa.
Ainda falam da China…

sexta-feira, 23 de março de 2007

Alucinação

A alucinação é isso mesmo. Um gajo sabe perfeitamente que nada daquilo existe. Sabe perfeitamente que nada daquilo acontece. Sabe perfeitamente. Mas alucina à mesma. Não há grande coisa a fazer, apenas atirar com o realismo para cima do medo irracional e esperar que faça efeito. Um gajo não é menos bicho que qualquer outro animal. A diferença é que, no meu buraco, hei-de desfazer este monstro irracional.
E agora (atenção, esta é a parte irracional do post), vou à minha vida. Não vá dar-se o caso de o monstro (impossível) se transformar (inexplicavelmente) em realidade.

quinta-feira, 22 de março de 2007

Culturas

Temo sofrer represálias, mas estou-me a cagar.Sinceramente não entendo esse pessoal monhé... Passam o dia inteiro sem fazer nada, a queimar bandeiras, a insultar - Ai os infieis e não sei que mais e o camandro - quando os "ocidentais" fazem um cartoon visando o seu "All Mighty" profeta, passam-se dos cornos. É um pouco irónico que um cartoon humuristico esteja na origem do rebentamento da 3ª guerra mundial...Se estivessem mais preocupados em evoluir do que em descobrir melhores lugares da sua anatomia para uma maior eficiencia do rebentamento que lhes concederá uma eternidade com 40 virgens ao seu dispôr, se calhar já não se importavam com uma porcaria dum desenho de jornal.
Outra merda que me faz um bocado de espécie, é aquela treta das mulheres andarem todas tapadas..? Qual é o objectivo daquilo? (a sério se alguém souber que deixe a resposta nos comentários e me chame imbecil por não saber) Ah e tal é por causa do deserto e da areia. É, o caraças, as gajas em França também querem usar aquilo não sei para quê, será para poderem cometer certos crimes sem serem identificadas? Aquilo deve funcionar melhor que uma meia, mais confortavel é com certeza. Acaba de me ocorrer que se calhar não gostam de apanhar sol na cara, o que é perfeitamente provável, mesmo à noite... Aquelas radiações lunares... Ui...Os gajos andam também parece que andam enrolados em toalhas... O que é curioso, já que nunca se lavam... Será que poupar água porque vivem no deserto? Preguiça? Estupidez? (mais provável) Devem borrifar-se com caril todos os dias...Que merda é aquela vermelha com um carrapito que eles metem na cabeça? Isso é extremamente ridiculo...Estes países produzem a substancia mais procurada no mundo, o petróleo e mesmo assim, olha-mos para o povo e a miséria é o que mais se vê. São tipo pretos, a sua capacidade de liderança se não é nula, anda lá perto.
Se alguém lesse esta merda a quantidade de hate mail que já não tinha em cima, viva o anonimato.

quarta-feira, 21 de março de 2007

Exijo

Em cada 100 euros que o patrão paga pela minha força de trabalho, o Estado, e muito bem, tira-me 20 euros para o IRS e 11 euros para a Segurança Social.
O meu patrão, por cada 100 euros que paga pela minha força de trabalho é obrigado a dar ao Estado, e muito bem, mais 23,75 euros para a Segurança Social.
E por cada 100 euros de riqueza que eu produzo, o Estado, e muito bem, retira ao meu patrão outros 33 euros.
Cada vez que eu, no supermercado, gasto os 100 euros que o meu patrão pagou, o Estado, e muito bem, fica com 21 euros para si.
Em resumo:
Quando ganho 100 euros, o Estado fica quase com 55
Quando gasto 100 euros, o Estado, no mí­nimo, cobra 21
Quando lucro 100 euros, o Estado enriquece 33
Quando compro um carro, uma casa, herdo um quadro, registo os meus negócios ou peço uma certidão, o Estado, e muito bem, fica com quase metade das verbas envolvidas no caso.
Eu pago e acho muito bem, portanto exijo:
- Um sistema de ensino que garanta cultura, civismo e futuro emprego para os meus filhos;
- Serviços de saude exemplares. Um hospital bem equipado a menos de 20 km da minha casa;
- Estradas largas, sem buracos e bem sinalizadas em todo o país;
- Auto-estradas sem portagens;
- Pontes que não caiam;
- Tribunais com capacidade para decidir processos em menos de um ano;
- Uma máquina fiscal que cobre igualitariamente os impostos;
- Eu pago, e por isso quero ter, quando lá chegar, a reforma garantida, jardins públicos e espaços verdes bem tratados e seguros;
- Poli­cia eficiente e equipada;
- Os monumentos do meu País bem conservados e abertos ao público;
- Uma orquestra sinfónica;
- Filmes criados em Portugal.
- E, no mínimo, que não haja um único caso de fome e miséria nesta terra.
Na pior das hipóteses, cada 300 euros em circulação em Portugal garantem ao Estado 100 euros de receita.
Portanto, Sr. Primeiro-Ministro, governe-se com o dinheirinho que lhe dou porque eu quero e tenho direito a tudo isto.

Inevitável

Transformemos, pois, pessoas normais em monstros. Não temos outra saída. Em espaços muito apertados, aumentamos de tamanho, nós e a nossa bagagem de garrafas rotuladas com desenhos de caveiras. É muito peso e não há espaço suficiente. Não cabe senão um e esse um teremos que ser nós, apesar de agarrarmos as garrafas pelo gargalo e despejarmos o conteúdo pela goela abaixo, uma após outra. Envenenamo-nos numa bebedeira enlouquecida, mas continuamos a não ter espaço senão para um.
Transformemos, pois, pessoas normais em monstros.
Encontremos a saída, um buraco no chão, escuro e vazio. E façamos então de uma pessoa normal um monstro. Não é fácil, não é simples, requer exercícios de imaginação complicados, temos que ter coragem e estômago para transpôr tudo para a dimensão da maldade. Agarrar nas boas lembranças primeiro: atirá-las buraco abaixo.
Quando só sobrarem as outras, é preciso torcer cada uma delas, pelas pontas e em sentido contrário, até que sejam espremidas ainda do que existir de bom; que fiquem secas e encarquilhadas e que as pintemos então com o líquido que nos sobrou das nossas garrafas de rótulos em bandeira de pirata em barco-fantasma.
Transformemos então o que resta ainda da normalidade que nos foi cara.
No fim, o monstro.
Buraco abaixo com ele.Não há outra saída.

terça-feira, 20 de março de 2007

Destino

Ouço dizer amiúde que o destino somos nós que o fazemos. Que é sempre uma construção. Que tem a forma que lhe quisermos dar. Mas tudo aquilo que verdadeiramente nos pertence é o nosso corpo e a nossa cabeça. O corpo e a cabeça. São nossos e nós somos deles. Numa dialéctica incontornável. Conduzimos o tempo para a frente, sem tirar os olhos do retrovisor. Deve ser por isso que o nosso destino é sempre o mesmo.

segunda-feira, 19 de março de 2007

A escutar conversas alheias...

Na esplanada, na mesa da frente, sentaram-se um rapaz e uma rapariga, adolescentes. Enquanto comia o bitoque ensopado em óleo, sem tirar os óculos escuros, escutava a conversa entre eles. Eram apenas amigos. Talvez não devesse dizer “apenas”: sempre acreditei que as amizades intersexuais adolescentes são tão importantes para o conhecimento e tolerância do sexo oposto como os namoros. Ou mais ainda. Trocaram algumas informações importantes. Ela ensinou que não se deve pôr a mão na cara, porque a sujidade das mãos pode estimular o aparecimento de borbulhas. Explicou que era por isso que agora, sempre que está cansada, assenta o queixo na mão, ao invés da bochecha. Ele rebateu que então ela não deveria fumar, porque o tabaco acelera o envelhecimento da pele. A miúda ripostou que ele estava a beber café e que o café faz amarelecer os dentes. Acerca do amor, ela pragmaticamente admitiu que os seus dois últimos namorados a tinham encornado. Um deles, sabia que sim; em relação ao outro, tinha apenas a certeza. O amigo perguntou-lhe se ela não lhe tinha feito o mesmo, ao que ela respondeu que não: não fazia aos outros o que não gostava que lhe fizessem a ela. Perguntou-lhe ainda se tinha chorado, mas ela esclareceu-o, num tom orgulhoso:
- Sabes que isso do choro, é tudo filme: as raparigas choram à vossa frente, mas é só para ver se por fim vos sensibilizam...

sábado, 17 de março de 2007

Em defesa dos bidés

Contrariamente à tendência moderna sobre a (falta de) utilidade daquela peça sanitária denominada bidé, considero que, em certas situações de falha de duche por variadíssimas razões (não há água, não há tempo, não há duche), a falta de uso do mesmo, seja para lavar um pé mais tranpirado ou outro pedaço de corpo que acabou de ser usado, é que é uma grande porcalhotice.
Coisas de educação, embora admita (teoricamente) que as pessoas transportem consigo miasmas insuportáveis a chulés, sovacadas e outros que tais, cujo decoro me impede de nomear aqui. Teoricamente, porque na prática criaturas malcheirosas que não se cheguem perto.
Mas cada um é como cada qual e o que me traz aqui não é a defesa da utilização do bidé, mas uma questão que me intriga enormemente:
- Porque carga de água nas casas de banho dos locais de trabalho existem bidés???
Alguém no seu juízo perfeito vai lavar alguma coisa (já não falando da falta de sabão, nem no facto de depois andar a pingar ou com bocados de papel agarrados à...sola do pé, por exemplo) num bidé utilizado por desconhecidos???

Uma questão semântica

Cada vez que o estado atribui um subsídio, está a partir do pressuposto que os seus cidadãos de livre vontade não estariam dispostos a suportar a coisa subsidiada. Quando um governante defende a atribuição de um subsídio, está a assumir que, sozinho, tem um entendimento superior sobre o valor de certa coisa ao de cada um dos cidadãos individualmente. A bem da compreensão de futuros argumentos estatistas, seria razoável que cada vez que se falasse em subsídios se usasse a expressão "pagamento forçado de". Assim, em vez de falarmos em subsídios à empresa A, deveríamos falar em "obrigar os cidadãos que não querem produtos dessa empresa a pagá-los através de impostos"; quando falássemos em subsídios à cultura deveríamos usar "obrigar os cidadãos que não querem contribuír para a manutenção do produto cultural a fazê-lo"; e por aí fora... Para sermos ainda mais exactos, proponho que se acrescente a cada uma das expressões anteriores um "... assim como pagar à máquina estatal de cobrança e distribuição a sua percentagem".
Possivelmente não soará tão bem, é verdade, mas as discussões serão muito mais honestas se ficar bem esclarecido o que representam subsídios estatais.

quarta-feira, 14 de março de 2007

Férias

Ai que bom estar de férias.
Isto de estar longe de casa, quebrar com as rotinas e aproveitar este sol magnífico é mesmo bom.
Estes dias de sol aqui junto ao mar, servem para purificar não só o ar dos pulmões, como também aliviar os neurónos de coisas mais negras...
Sabendo também que tudo está a dar certo, embora nada seja definitivo ainda, ajuda-me a ver com outros olhos esta vida que todos nós temos.
Uma verdade que procuro sempre seguir:
"A vida é fácil, nós é que a complicamos"

segunda-feira, 12 de março de 2007

Amanhã

Este dia que aqui está a entrar, 12 de Março 2007, poderá ser muito importante para mim.
Aguardo-o ansioso e ao mesmo tempo com uma acalmia enervante...
É incrivel como uma pequena coisa, um pequeno capricho, uma opinião de uma pessoa poderá mudar toda a minha vida.
Uma coisa é certa....se nada acontecer fica tudo igual, ou seja, fica muito bem na mesma. Agora se se proporcionar, este menino aqui tem razões para acreditar que afinal tudo se consegue, basta acreditar.
As mudanças levam-nos a pensar em muita coisa.....felizmente, tudo o que penso me satisfaz...é isso.
Esta semana de férias que agora tem início, podia começar mais calma....

domingo, 11 de março de 2007

Que bom hoje...

E esta tarde, hein? E esta tarde?
Que tarde divina de Primavera!
Que bom que foi aquela esplanada em frente ao mar...
Vem depressa Verão...

terça-feira, 6 de março de 2007

Orgasmo Feminino

O orgasmo feminino é uma coisa da qual as mulheres percebem muito pouco, e os homens ainda menos. Pelo facto de ser uma reacção endócrina, que se dá sem expelir nada, não se apresenta nenhuma prova evidente de que aconteceu, ou de que foi simulado.
A acompanhar este tema, uma conhecida sexóloga apresentou uma pesquisa feita nos Estados Unidos na qual se mediu a descarga eléctrica emitida pela periquita na hora do orgasmo.
Os resultados mostram que, na hora H, a pachacha dispara uma carga de 250.000 microvolts. Ou seja, 5 passarinhas juntas, ligadas em série na hora do "Ai Meu Deus", são suficientes para acender uma lâmpada.
Já há até mulheres a treinar para carregar a bateria do telemóvel…dizem que é só ter o orgasmo e ...tcharan... carregar.
É preciso ter cuidado porque aquilo, afinal, não é uma rata: é uma torradeira eléctrica. E se der curto-circuito na hora de "virar os olhos"? Além de vesgo, fica-se com a doença de Parkinson e com a salsicha assada.
Preservativo agora é pouco: tem de se mandar encamisar na Michelin. E, na hora H, é recomendado usar sapatos de borracha, não os descalçar e não pisar o chão molhado.
É também aconselhável que, antes de se começar a molhar o biscoito, se pergunte à parceira se ela é de 110 ou de 220 volts, não vá esturricar a alheira...
Ou então usar um estabilizador de picos de corrente…

Mascarados de estúpidos

Li num jornal, que a maioria dos desfiles de Carnaval deu prejuízo. Ainda bem…
As cidades portuguesas que realizam festas de Carnaval a imitar o Carnaval brasileiro deviam levar com uma Lei de Finanças Locais muito mais pesada que aquela que foi pensada por José Sócrates. Isto, claro está, para evitar bombardeá-las.
Há pessoas tão conceptualmente estúpidas, que chegam a desfilar sem roupa com temperaturas inferiores a dez graus, só para poderem exibir ao mundo todo um conjunto assombroso de celulite e banha. Felizmente existem entidades sobrenaturais com influência junto da meteorologia, que fazem chover sobre algumas localidades, cancelando festas e desfiles para regozijo do bom senso.

segunda-feira, 5 de março de 2007

A vida como ela é...

No hipermercado. Duas velhotas pedem-me que lhes chegue um detergente empoleirado lá no alto, o que faço. Comentário de uma delas enquanto executo a tarefa:
" os homens tiram sempre tudo ".
Responde a outra:
" às vezes fazem-se é desinteressados ".
Só a velhice feminina é bondosa com tipos de 1,77 m; só a velhice feminina não incendeia uma hora de almoço de compras…

sábado, 3 de março de 2007

Pensamentos...

Os preguiçosos não precisam se envergonhar: sofrem de distúrbio de atenção. As gordas agora podem usar lingerie sedutora mesmo que a peça tenha o tamanho de uma barraca de camping. Os bêbados são vítimas de seu comportamento compulsivo - é tudo química. O aspirante a literato é estimulado a ter orgulho do seu analfabetismo, porque escrever errado expressa a realidade socioeconômica que oprimia o coitadinho na infância. A moça que se endivida irresponsavelmente não precisa ter vergonha de sua opção de pagar as dívidas trabalhando como call girl. O sujeito que cede à tentação e paga pelos serviços que ela oferece não precisa se envergonhar de fazê-lo: está obedecendo a instintos irreprimíveis. A vida inteirinha pode ser resumida a uma colecção de síndromes, distúrbios, racionalizações complacentes e transações comerciais.
A única vergonha que resta no cardápio é a vergonha de ter vergonha. E a vida que levamos é supostamente muito melhor do que a de nossos ancestrais corroídos pela culpa.

quinta-feira, 1 de março de 2007

O mundo refém da al-qaeda

Estava a almoçar com os meus colegas e um deles insurgiu-se contra a Inglaterra pelo pânico e desorganização que a medida das "bagagens de mão" tem originado. Contava ele que um avião foi desviado e escoltado por F16 para o aeroporto mais próximo porque uma senhora levou uma bagagem para bordo com uns produtos que podiam ser confundidos com uma bomba.
Nisto lembrei-me, e se isto acontecesse em Portugal? Imagine-se que um avião com uma pseudo-bomba se dirigia para Portugal, o que aconteceria? Bom, presumo que com a crise do petróleo (encher o tanque a um F-16 custa caro) os controladores aéreos tentassem dissuadir o piloto a sobrevoar Portugal com palavras do tipo: "Mas nós fizemos-te mal?", "Não preferes cair antes em Espanha que é maior e dobra os filmes em vez de por legendas? Sabes como isso pode ser irritante!", "Vá (Isto se fosse controladores de Lisboa), olha que nós vamo-nos chatear! Ou dás a volta ou ...", "Porque não aterras normalmente e damos-te tempo de antena no Portugal no Coração?", "Olha que em Portugal vive o José Cid!".
Se estas tácticas de guerrilha não funcionassem presumo que optassem por fazer levantar os F-16. Primeiro, liga-se para casa do piloto (sim, porque não se vai ter o piloto no quartel a ganhar horas extraordinárias), atende a mulher e "O tenente Simões está? Fala da corporação ...". Em seguida, o piloto mete-se no carro e enfrenta o trânsito da VCI ou IC19. Chega ao quartel e os F-16 ainda estão às peças e metidos nas caixas como foram comprados há 2 ou 3 anos (eram F-16 ou F-15 ou F-22).
A esta altura já o avião tinha chegado ao destino em Frankfurt...