quinta-feira, 27 de setembro de 2007
Chuva e vento
Não teriam parado num café, para esperar que a chuva parasse ou acalmasse; os óculos dela não teriam embaciado; Ele não teria inventado conversa da treta para justificar o embaraço; Ela não lhe teria perguntado o nome; Ele não saberia o dela. Os números não teriam sido trocados.
Nenhum dos dois telefonaria ao outro e tudo estaria na mesma.
Tivesse o vento soprado mais fraco e ele saíria de casa no exacto momento em que ela saia da loja onde trabalhava...E talvez, talvez, ele e ela ter-se-iam encontrado no exacto momento em que o vento ficaria forte e um guarda-chuva os fizesse chocar.
Mas o vento soprou forte e ele ficou em casa e ela colou-se á porta de vidro da loja, os dois á espera que a chuva e a ventania acalmassem.
E o sonho não deu lugar à realidade.
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
Sentidos...
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
Evocação simples
terça-feira, 18 de setembro de 2007
O meu Ídolo...Um maestro único.
"Um homem viaja pelo mundo inteiro em busca do que precisa, mas volta a casa para o encontrar"
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
Bom dia...
domingo, 16 de setembro de 2007
Voar...
- Soube, por instantes, mas as asas sempre foram muito frágeis e acabaram por quebrar. Não resistiram ao vento forte. Não podes voar com asas de promessa emprestada durante muito tempo, acabam por rasgar-se, e tu acabas por cair quando o teu sorriso já tinha forma e rosto.
- Mas...
- Não há mas, nem depois. É levantar do tombo sem sacudir o pó das feridas, cerrar os dentes, tomar ainda o gosto a sangue que se têm na boca para que nunca nos possamos esquecer do sabor amargo do momento.
- Então e...
- Deixa de haver espaço para lamentações. Olhas para cima da tua cabeça e dúvidas que tenhas conseguido voar, mesmo que nas costas ainda tenhas presas as asas e as sintas a doer, rasgadas pelo vento e partidas pela queda. Voltas a sentir a sensação estranha e incómoda de estar em contacto com o chão, e tens medo de voltar a andar. Por momentos isso parece-te estranho e confuso.
- Mas se...
- Os "se" são como os as traças. Vão comendo aos poucos e poucos. Deixam-te o fato cheio de buracos e quando dás por ti estás nu perante todos, e por mais que tentes esconder a tua vergonha por te mostrares inteiro, não és capaz, e andas com dificuldade até ao primeiro esconderijo que encontrares dentro de ti.
- Esperavas...
- Talvez. Confesso-te que sim, que acreditei ser possível continuar lá por cima a pairar e a deixar-me levar pelas correntes do vento quente, talvez tornar-me uma ave migratória e só voltar na primavera, mas não aconteceu assim.
- E...
- E agora? Arrancar o resto das asas pela raiz e deixar que as feridas fechem sem deixar uma cicatriz muito feia. Esquecer-me por uns tempos, ou talvez de vez que andei lá por cima a olhar cá para baixo.
- Se te pedisse ensinavas-me a voar?
- Preferia não o fazer. Sabes, não é por má vontade, mas deixei de acreditar em contos de fadas e histórias de encantar...
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Estados de alma...Gostos e desilusões
terça-feira, 11 de setembro de 2007
Pessoas
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
Alma gémea
Ontem li que o acto de colocar a mão à frente da boca quando se boceja tem raízes na mitologia popular, já que antigamente se acreditava que assim se impedia a alma de sair do corpo.
Não deixa de ser engraçado verificar que, como tudo o resto na vida, mesmo os gestos mais simples e banais têm uma explicação. E esta história da alma permite-nos perceber o dia-a-dia de outras maneiras.
Quem leu o Alquimista e outros que tais conhece (se acredita ou não já é outra história...), sabe a história da formação das Almas. Primeiro só existia uma, que se dividiu e deu origem a outra e assim por diante até existir uma infinidade de Almas.
Assim, a cada Alma corresponde uma Alma-gémea que vive num qualquer corpo, numa qualquer pessoa, cabendo a cada um de nós encontrar essa pessoa e essa Alma que nos completa.
Por isso, na próxima vez no metro ou no autocarro, ao balcão de um bar ou na fila do supermercado, se virem alguém que vos faça sentir aquele aperto no estômago e o sangue quente nas veias, as ideias a fugirem e a garganta a ficar seca, não se atrapalhem...Cheguem-se ao pé da pessoa e bocejem discretamente, mas deixem a vossa Alma sair - nem que seja só um bocadinho, por causa da boa-educação. É que as Almas estão sempre à procura da sua metade, que pode estar aqui ou ali ou em qualquer lado; por isso, se a pessoa em questão for a tal, irá bocejar em resposta e deixar a sua Alma correr para a vossa.
E aí soltem as amarras...sejam felizes...