sábado, 9 de junho de 2007

Portas para outro lado...

Numas mãos ensanguentadas, um prazer quente de te ver morrer, de ver como os teus olhos ficam secos e suspensos no último rosto que irás ver, o meu.
A tua morte entrelaçada nos meus dedos cheira a medo, mistura-se com o teu perfume a campo e príncipios de carne morta. O aroma delicia-me e abre-me o apetite de te matar uma e outra vez. Despedaçar o teu corpo e espalhá-lo pelos cantos da casa como ambientadores com cheiro a morte e pitadas de saudade.
Com o teu sangue salpico as paredes dando lugar a um novo género de pintura, talvez um pós- modernismo macabro, uma pintura feita de restos de ti.
Amputo as mãos do teu cadáver e faço delas maçanetas para as portas da sala escura que tu detestas, aquela sala de paredes negras de humidade com apenas uma cadeira ao centro e uma mesa com um cinzeiro em repouso.
Uma janela para o interior do meu próprio inferno pessoal.
A tua carcaça irá servir de espanta espíritos...

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