sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Indefinição

É na sucessão de dias com sabor agridoce que hoje chego até aqui. Com o olhar pousado nas sombras dos desejos que não posso transformar em realidades, mas com as mãos transbordantes de instantes concretos e perfeitamente definíveis.
Estou actualmente neste limbo. Melhor dizendo, tenho eu próprio sido essa orla, essa extremidade em que há sempre a possibilidade de tombar para qualquer um dos lados.
Sinto o prazer e sinto a dor. Intensamente. Mas não sou nenhum deles. Sou antes aquela indefinição que fica entre um e outro. Talvez apenas uma transição, uma breve passagem que não chega verdadeiramente a "ser" o que quer que seja.

Deixemos as memórias. Definitivamente.


2 comentários:

Maria disse...

elá! estes textos são arte! bem-vindo ao blog e obrigada pelo comentário!*

espinhos e outras flores disse...

As memórias são a única coisa que, realmente, nos pertence e ninguém pode mexer ou tirar. Mas temos de as arrumar constantemente e, por vezes até (se tal for possível), abandonar... para que algo possa "ser" verdadeiramente...