terça-feira, 2 de outubro de 2007

Quero...

Quero sempre tudo já, agora, para ontem; queria ter-te tido naquela noite invernosa, ter-te amado à pressa e depois ter-te posto com dono e arrumado de vez o assunto, lavando dali as minhas mãos.
Ter-te esquecido, como de facto esqueci, à velocidade da luz, warp speed, meia bola e força, um divórcio de vontades ratificado em notário no dia seguinte à boda, boa noite e um queijo, vai e não voltes.
Não sei ser o meio onde está a virtude, peco por excesso e ainda mais por defeito, empanturro-me tanto quanto jejuo e, se não acelero, embasbaco.
Rebento diques e extravaso após meses de seca extrema e encontro na desmesura o meu habitat natural; enquanto não me resolvo, desconheço-me, salto em comprimento e aterro de chofre nos pontos finais, os mínimos olímpicos sempre garantidos.
Por isso já cá não estavas, quando sobre ti comecei a escrever: és mero exercício de estilo, deixa-te de coisas (deixa-me ir).


1 comentário:

Anónimo disse...

Gostei! tens muito jeito para a escrita.JINHO
TINA